"Nós, palestinos, temos uma vida muito restrita. Somos desumanizados", diz Issa Amro, ativista de direitos humanos

"Nós, palestinos, temos uma vida muito restrita. Somos desumanizados", diz Issa Amro, ativista de direitos humanos. Este ativista palestino de direitos humanos ficou brevemente detido aqui. Um posto de controle na Cisjordânia ocupada por Israel. Soldados israelenses disseram que foi porque a equipe da DW estava filmando. Só depois que a reportagem apagou um trecho do vídeo é que eles liberaram o ativista. "Eu tenho que passar por um, dois, às vezes três postos de controle para chegar em casa — e até para sair dela. Essa é a realidade", afirma Issa Amro. Cada vez mais países ocidentais estão reconhecendo um Estado palestino — como França, Canadá, Reino Unido e Austrália fizeram nos últimos dias. Para Issa, o reconhecimento de um Estado palestino por grandes potências é um avanço crucial para a proteção da própria humanidade dele — e um caminho rumo à justiça. "Reconhecer a Palestina como Estado vai impedir que esse soldado faça o que quiser comigo. E reconhecer a gente como seres humanos e como nação significa que a comunidade internacional reconhece o direito dos palestinos à autodeterminação, à paz, à justiça, à responsabilização. Porque depois do reconhecimento, precisamos de responsabilização para os ocupantes", conta Issa Amro. Hebron é frequentemente descrita como um microcosmo do conflito entre israelenses e palestinos e da ocupação israelense. A cidade foi dividida nos anos 1990 em duas áreas: H2, onde vivem os colonos israelenses, está sob controle militar exclusivo de Israel; e H1 está tecnicamente sob controle civil palestino. Desde os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, o acesso à cidade foi restringido pelo Exército israelense, que já tinha fechado as lojas palestinas por aqui há muito tempo. Issa conta que enquanto os colonos israelenses podem dirigir por aqui, ele só tem permissão para andar a pé — e só até um certo ponto DW Brasil